domingo, 5 de abril de 2009

China e Rússia pedem calma ao mundo sobre o caso Coreia do Norte

Conselho de Segurança da ONU faz reunião de emergência no domingo.

Governo norte-coreano lançou foguete e gerou discussões.

China e Rússia foram na contramão de Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão após o lançamento de um foguete por parte da Coreia do Norte.


Neste domingo (5), o governo norte-coreano lançou um foguete que disse que se tratar de um satélite de comunicações. Afirmou ainda que a missão obteve “êxito”. Sul-coreanos e americanos, porém, disseram que o foguete tem objetivo militar não chegou a entrar em órbita e caiu no mar.

Já integrantes do governo chinês e russo pediram calma ao mundo horas antes de começar a reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve começar por volta das 16h (de Brasília) desse domingo (5). O encontro foi um pedido do governo japonês.

Foto: AP

Integrantes de uma família norte-coreana aplaudem após ouvir o anúncio oficial sobre o lançamento do foguete na TV, em Pyongyang, capital do país (Foto: AP)

“É preciso ter equilíbrio até se descobrir exatamente as ações da Coreia do Norte”, afirmou em um comunicado o Ministério do Exterior da Rússia.

Diplomatas das Nações Unidas afirmaram para a agência de notícias Reuters que os países do Conselho de Segurança não pensam em impor novas sanções, mas podem discutir uma resolução para garantir o cumprimento das medidas anteriores. Rússia e China já deixaram claro que vetariam novas sanções.


O Japão viu o foguete passar pelo seu território (nenhuma peça atingiu o país) e chegou até a colocar armas antimísseis no centro de Tóquio. Segundo Coreia do Sul e EUA, uma parte do foguete caiu no Mar do Japão e outra, no Oceano Pacífico.

Foto: AP

Armas antimísseis são vistas em base militar em Tóquio, no Japão (Foto: AP)

Reações

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o Conselho de Segurança deveria enviar uma mensagem enfática à Coreia do Norte por conta do que analistas acreditam que foi, de fato, o teste de um míssil desenvolvido para transportar uma ogiva a uma distância equivalente a até o Alasca.

O lançamento do foguete é o primeiro grande desafio de Obama relacionado à Coreia do Norte. Os esforços norte-coreanos para ter armas nucleares há tempos preocupam Washington. O regime comunista testou um dispositivo nuclear em 2006.

"Com esse ato de provocação, a Coreia do Norte ignorou as suas obrigações internacionais, rejeitou os pedidos por moderação e se isolou ainda mais da comunidade de nações", disse em comunicado Obama, num giro pela Europa.

Foto: Lee Jae-Won/Reuters

Manifestantes protestam contra governo da Coreia do Norte e o lançamento de foguete, em Seul, perto da embaixada americana (Foto: Lee Jae-Won/Reuters)

A Coreia do Sul classificou o lançamento do foguete como um ato "irresponsável." Segundo o Japão, foi "extremamente lamentável." A União Européia "condenou com o ênfase" a ação. A China e a Rússia pediram calma e moderação a todos os lados.

Foto: Editoria de Arte/G1

Editoria de Arte/G1

A Coreia do Sul inicialmente afirmara que o foguete parecia levar um satélite, mas o ministro da Defesa mais tarde disse ao Parlamento que o objeto não havia conseguido entrar em órbita, segundo relatou a Kyodo, agência de notícias japonesa.


"A Coreia do Norte deve avaliar agora que a sua posição na mesa de negociações fortaleceu, pois ela tem as cartas nuclear e também a do míssil", afirmou Shunji Hiraiwa, analista com base no Japão.


Park jong-Kyu, economista em Seul, opinou que os impactos do lançamento nos mercados não serão consideráveis.

"Quando a Coreia do Norte fez testes nucleares anos atrás, os mercados de Seul caíram no dia, mas se recuperaram no dia seguinte. O tema não é mais um fator que abale mercados", declarou Park.

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