terça-feira, 5 de maio de 2009

Maddie: testemunha «escondida» seis meses

A polícia britânica demorou cerca de seis meses a revelar à Polícia Judiciária (PJ) a existência do depoimento de um casal amigo da família McCann, «SG» e «KG», que levantava suspeitas sobre o comportamento de alguns membros dos grupo de amigos que estava de férias na praia da Luz, no Algarve, quando Madeleine desapareceu.

Os factos estão descrito no capítulo 9, do livro que o ex-inspector da PJ, Gonçalo Amaral, apresenta quinta-feira em Lisboa - «Maddie a verdade da mentira» - e ao qual o PortugaDiário já teve acesso.

«KG», do sexo feminino, disse às autoridades inglesas ter assistido, em 2005, em Maiorca, a conversas suspeitas entre Gerry (pai de Maddie) e Dave Payne, que teriam índole sexual e se referiam a crianças.

O Correio da Manhã, na sua edição de sábado, já tinha noticiado estes factos constantes do livro de Gonçalo Amaral.

Excertos do capitulo 9 intitulado «Maiorca, Setembro de 2005»

«Madeleine Beth McCann, com 2 anos e meio, e os seus irmãos gémeos, na altura com poucos meses de idade, partem de férias na companhia dos pais para a ilha de Maiorca». «Juntamente com eles vão outros três casais de médicos com os respectivos filhos. [...]».

«S. G.» casado com K. G. «tinha frequentado a Universidade de Dundee, entre 1987 e 1992, tendo ali conhecido a futura mãe de Madeleine. K. G. só veio a conhecer Gerry McCann no casamento deste com Kate Healy, por volta de 1998».

Ficaram «amigos íntimos dos pais de Madeleine, encontrando-se com regularidade, passando fins-de-semana juntos, mantendo contacto por telefone».

Acto de «chupar o dedo»

Ao terceiro parágrafo do capitulo 9 pode ler-se: «Na terceira ou quarta noite em Maiorca, depois do jantar, comendo e bebendo, quando se encontravam sentados ao redor de uma mesa num pátio exterior da casa, K.G. assiste a uma cena que lhe causa receio relativamente ao bem-estar da sua filha e das outras crianças. Estava sentada entre Gerry McCann e David Payne, quando ouviu este último perguntar se ela, talvez referindo-se a Madeleine, faria "isto", começando em acto seguinte a chupar um dos seus dedos, o qual entrava e saía da boca, insinuando um objecto fálico, ao mesmo tempo que, com os dedos da outra mão, fazia círculos à volta do mamilo, de uma forma provocadora e sexual. No momento em que K.G. olhou com estupefacção para Gerry McCann e para David Payne, fez-se um silêncio nervoso. Depois continuaram todos a conversar como se nada tivesse acontecido. Este episódio provocou em K.G. uma séria dúvida relativamente ao relacionamento de David Payne com crianças».

«Depois dessas férias em Maiorca, K.G. só encontrou o casal David e Fiona Payne numa ocasião, não falando com eles desde essa altura [...]».

«O que acima fica escrito foi relatado a 16 de Maio de 2007, treze dias apenas depois do desaparecimento de Madeleine à polícia inglesa, pelo casal S. G. e K. G. Era uma informação importante e pertinente para a investigação. No entanto, nada foi transmitido à polícia portuguesa. [...] só depois da minha saída da investigação», escreve Gonçalo Amaral, «talvez em finais de Outubro de 2007, é que o depoimento de K.G. terá sido remetido à polícia portuguesa. Com legitimidade se pergunta: qual a razão da polícia inglesa ter, ao que tudo indica, ocultado aquele depoimento durante seis meses?».

Os excertos agora divulgados são uma pequena parte dos factos vividos na primeira pessoa pelo ex-inspector da PJ afastado da investigação após declarações sobre a polícia inglesa a um jornal português.

2 comentários:

  1. Esse caso é muito misteriosoe acho que os suspeitos só podem ser os pais.

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  2. Eu espero que um dia essa investigação traga os verdadeiros culpados ao conhecimento público.
    Em minha opinião, os pais de Maddie, se não estão directamente implicados no desaparecimento da filha, são pelo menos coniventes.

    Abraços

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